Quanto tempo de tela é indicado para as crianças? Em um mundo onde ter um celular nas mãos virou sinônimo de status entre os colegas de escola, essa é uma das perguntas mais desafiadoras para a geração de pais e cuidadores de hoje.
De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil (2018), realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 86% das crianças e adolescentes brasileiros, entre 9 e 17 anos, estão conectados — o que representa 24,3 milhões de jovens usuários da internet.
Os resultados do estudo são um alerta: assim como os adultos, as crianças também enfrentam desafios no uso da tecnologia. Por exemplo, 20% relataram contato com conteúdos sensíveis sobre alimentação ou sono; 16% com materiais relacionados a automutilação; 14% com fontes que discutem métodos de suicídio; e 11% com conteúdos sobre drogas. Além disso:
- 26% afirmaram ter sofrido ofensas, como discriminação ou cyberbullying;
- 16% tiveram acesso a imagens ou vídeos de teor sexual;
- 25% admitiram dificuldade em controlar o tempo de uso da internet.
Com esses dados em mente, como cuidar melhor do uso de telas pelas crianças?
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), no Manual de Orientação #MenosTelas #MaisSaúde (2020), apresenta as seguintes orientações:
- Para adolescentes (11 a 18 anos): limitar o uso de telas e videogames a no máximo 2 ou 3 horas por dia, sempre com supervisão. Evitar jogar durante a madrugada.
- Para crianças de 6 a 10 anos: restringir o tempo de tela a 1 ou 2 horas por dia, com supervisão constante.
- Para crianças de 2 a 5 anos: limitar o uso de telas a no máximo 1 hora por dia, sempre com supervisão.
- Criar regras saudáveis: defina horários e limites para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, incluindo medidas de segurança como senhas e filtros. Reserve momentos para desconexão e valorize a convivência familiar.
- Oferecer alternativas: incentive atividades esportivas, brincadeiras ao ar livre ou em contato com a natureza, sempre com supervisão responsável.
Lembre-se: você, cuidador(a), não é perfeito(a). Às vezes, será necessário recorrer às telas para lidar com uma demanda emergencial — e tudo bem! Não se culpe. O importante é que as telas não sejam a prioridade no cotidiano do seu pequeno. Adotar estratégias simples para equilibrar o uso já fará toda a diferença.
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