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Como funciona a consulta do e da adolescente?

Recebo em meu consultório adolescentes e seus responsáveis igualmente ansiosos sobre como funciona uma consulta com um médico de adolescente. Então, gostaria de esclarecer as principais dúvidas e detalhar um pouco mais sobre o meu atendimento.

Antes de mais nada, ressalto que, na medicina, cada paciente é único e precisa de um olhar individualizado. E para mim, não é diferente com os e as adolescentes. Por vezes, nos referimos a eles e elas como se fossem iguais, com os mesmos desafios e conflitos existenciais, mas não são. Desde que me especializei em Hebiatria, escolhi tratar cada adolescente com atenção e carinho, respeitando seus anseios e personalidades.

Essa premissa é muito importante já que muitas vezes temos diante de nós adolescentes com muita timidez, ou que estão ali por obrigação, ou ainda que chegam na intenção de entrar “mudo e sair calado”, tamanha aversão a compartilhar suas experiências, descobertas e dores.

Logo no início da consulta, explico que ela se dará em três momentos: uma anamnese junto com o responsável, uma anamnese a sós com o adolescente, e o exame físico ao final, com devolutivas ao/a adolescente e ao responsável, caso necessário.

É nessa hora que pontuo a importância da privacidade, da confiança e dos direitos ao sigilo, assim como suas limitações.

A consulta segue o padrão de sigilo entre médico e paciente. No entanto, é permitido ao hebiatra quebrar esse sigilo em casos onde é identificado risco de vida, mas sempre com muito cuidado e carinho.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria.

1ª momento da consulta: Anamnese com o(s) responsável(is)

Logo que a nossa conversa inicia, busco coletar informações com os e as adolescentes e seus responsáveis como, por exemplo, o motivo da consulta, seu histórico de doenças, situação vacinal, dados sobre gestação e nascimento. É nesta hora também que conversamos sobre a alimentação, o rendimento escolar, as condições de habitação, a história familiar, como está o sono, se tem momentos de lazer, faz exercício físico etc. Outra questão bastante importante nos dias de hoje é dialogar sobre o tempo de exposição a telas e uso de tecnologia, dentre outros aspectos da vida moderna.

2º momento da consulta: anamnese a sós com o/a adolescente

Chega então a hora de estabelecer um vínculo de maior confiança, conduzindo um momento a sós com ele ou ela (se assim o adolescente desejar). Isso é de extrema importância para que se expresse livremente e sinta abertura para falar o que sente, mesmo que seja diferente do que foi relatado no primeiro momento. Ressalto sempre que este é o momento mais importante da consulta, já que a autonomia é um princípio tão importante nesta faixa etária.

Nesta fase vamos conversar sobre como o/a adolescente percebe seu corpo, sua autoestima, como se relaciona com a família, como são suas amizades e seu desenvolvimento afetivo, emocional e sexual. Também vamos buscar compreender suas crenças e valores, se tem contato com drogas lícitas e ilícitas, aspectos relacionados à orientação sexual, gênero, saúde reprodutiva, gestações, infecções sexualmente transmissíveis, quanto tempo joga e fica exposto ou exposta a telas.

Todas essas questões são conduzidas a partir de questionários específicos desenvolvidos por órgãos internacionais e validados para a nossa população, visando o bem-estar do e da adolescente.

3º momento: exame físico

Depois de criar um certo vínculo com o/a adolescente, partimos para o exame físico, em local adequado, respeitando absoluta privacidade e discrição.

É comum que nesta fase de muitas descobertas, os e as adolescentes se sintam bastante ansiosos e ansiosas com o exame físico. Por isso, conduzo este momento com bastante tranquilidade, explicando a avaliação, o que está normal, e incentivando um diálogo educativo sobre autoexame das mamas, genitais e crescimento dos pelos.

Esses três momentos duram pelo menos uma hora. Ao final, dou sempre abertura o diálogo e faço as prescrições médicas, caso necessárias.

De quanto em quanto tempo devo levar o/a adolescente ao hebiatra?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, é recomendado que o/a adolescente passe em consulta de 3 em 3 meses no início da puberdade, de 4 em 4 meses na fase da aceleração (estirão) e uma vez ao ano até finalizar o crescimento na fase de desaceleração.

E então? Já está na hora de uma consulta?

Entre em contato pelo whatsapp e agende! Meu consultório fica localizado em Campinas.

 

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