O mês de janeiro é conhecido como janeiro branco e dedicado à conscientização sobre saúde mental e emocional. Por isso, quero aproveitar a data para abordar, de maneira especial, a saúde mental do(a) adolescente.
Por ser um período de muitas transformações físicas, de busca da própria identidade, perda do papel da infância, sua típica impulsividade e de muitas experimentações, o(a) adolescente acaba se colocando mais em situações impetuosas como o uso de substâncias, comportamentos sexuais de risco, uso abusivo de telas, mídias sociais, dentre outras.
E pode ser que muitos sintomas e situações passem desapercebidos principalmente em relação à saúde mental e emocional nesta fase tão importante, diante de tantas questões para lidar.
Vale destacar, no entanto, que além da observância atenta dos pais e cuidadores, a medicina também tem suas ferramentas para avaliar riscos precoces ou iminentes na adolescência e assim diagnosticar casos de depressão, ansiedade, transtornos de sintomas somáticos, uso de álcool e transtornos alimentares.
Essa avaliação completa é feita no consultório do hebiatra a partir de alguns instrumentos científicos sérios, utilizados em todo o mundo, e validados para a população brasileira, inclusive para os(as) nossos(as) adolescentes.
A seguir, destacamos quatro desses instrumentos, apenas para conhecimento. Lembrando que a aplicação deles cabe ao pediatra.
1- É um guia sistematizado para anamnese do(a) adolescente. As siglas significam: H (home) lar, E (education/employment) educação, A (activities) atividade com pares, D (drugs) drogas, S (sexuality) sexualidade, S (suicide/depression) suicídio e depressão, E (eating desorder) e S (safe). Cada uma delas é composta por um conjunto de perguntas que avaliam o estado de saúde do(a) adolescente de forma abrangente, incluindo transtornos mentais e emocionais.
2- Instrumento de triagem que avalia o uso de substância psicoativa (SPA) e integra o HEEAEDSSS. Pode começar a ser aplicado, no Brasil, entre 9 e 10 anos.
3- Patient Health Questionnaire-2 (PHQ-2) e Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). Ambos auxiliam no rastreio de sintomas depressivos de maneira precoce, algo bastante importante na adolescência quando tais sintomas podem ser confundidos com as típicas flutuações de humor.
4- GAD-7 (Generalized Anxiety Disorder-7). Como o próprio nome diz, este instrumento é mais voltado ao diagnóstico de ansiedade, validado para a adolescência e população brasileira.
Agora você já sabe que o hebiatra tem uma formação específica e instrumentos adequados para cuidar e avaliar de maneira estruturada, sistemática e objetiva a saúde mental e emocional do(a) adolescente, com toda a especificidade que esta faixa etária apresenta.
Por isso, mantenha as consultas regulares em dia. E caso observe qualquer sinal de vulnerabilidade mental e emocional, leve o(a) adolescente ao pediatra.
Sou hebiatra, mestre em saúde da criança e do adolescente e pessoalmente apaixonada por este período de desenvolvimento. Por isso, os(as) adolescentes que chegam em meu consultório são cuidados(as) com muito amor e avaliados de forma integral em sua saúde física e mental.