É comum que muitos pais, mães e cuidadores cheguem em meu consultório com dúvidas sobre a vacina contra o HPV. Então, vamos saber um pouco mais sobre essa Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e conhecer alguns estudos científicos acerca da vacinação em adolescentes.
Primeiro, é preciso saber que o Papilomavírus Humano, ou simplesmente HPV, é um vírus que infecta pele ou mucosas nas regiões genital ou anal e, talvez por isso, o diálogo sobre esse assunto cause certo desconforto. São mais de 150 tipos diferentes de HPV e mais de 40 são transmitidos sexualmente. Além de poder provocar câncer (a depender do tipo de vírus), a doença também faz emergir verrugas nessas mesmas regiões.
A prevenção da doença se dá com a vacinação e estudos clínicos científicos já comprovaram que a vacina induz uma resposta imune mais robusta quando aplicada em adolescentes entre 9 e 14 anos. Além disso, também faz com que esses adolescentes estejam protegidos antes do início da atividade sexual, contribuindo com a redução da transmissão do vírus e diminuindo a incidência de doenças como câncer de colo de útero.
Por isso, é muito importante vacinar nossos adolescentes. Um estudo publicado na The Lancet, com dados de 60 milhões de indivíduos, mostrou uma queda de 83% nos casos de HPV 16 e 18 (responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero), de 51% no surgimento de lesões pré-cancerosas e de 67% no aparecimento de verrugas genitais em meninas de 15 a 19 anos.
Como identificar a doença?
O diagnóstico do HPV é feito a partir de exames clínicos e laboratoriais, a depender do tipo de lesão. Acontece que a infecção não apresenta sintomas na maioria das pessoas. O vírus pode ficar latente de meses a anos, sem apresentar sinais ou com sinais subclínicos, aparecendo especialmente em gestantes ou pessoas com baixa imunidade.
No Brasil, a vacina tetravalente contra o HPV está disponível na rede pública e deve ser aplicada em três doses. Na rede privada, há a possibilidade de aplicar a Gardasil 9 que oferece proteção para 9 subtipos do vírus, cinco a mais do que a disponível pelo SUS.
Portanto, se você ainda tinha alguma dúvida sobre a vacinação, espero ter ajudado com essas informações e dados científicos. E caso queira conversar sobre o assunto, meu consultório está sempre de portas abertas!